ROBERTO BARBOSA
O ministro presidente do Supremo Tribunal Federal fez uma comparação estapafúrdia entre os jornalistas e os cozinheiros. Nada contra a profissão de quem se preparou para fazer comidas gostosas pra gente saborear. Entretanto, vejo com preocupação o fato de que tenha caído a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, posto que o mercado – cada vez mais competitivo e necessitando de qualificação, - agora se vê, juntamente com a Corte, na contramão do modernismo.
A formação acadêmica reforça o intelecto do profissional para o discernimento do exercício de uma profissão com ética, com sabedoria, com decência, mas os ministros do STF alegaram que essa exigência seria inconstitucional, porque estaria cerceando a liberdade de expressão de todos os cidadãos que podem escrever no jornal.
Ora, essa exigência [do diploma de jornalista] não estava perturbando os profissionais que já tinham direitos adquiridos, mas norteava para a regularidade não apenas do curso de Comunicação Social, como também, para que profissionais com nível acadêmico fossem substituindo os antigos jornalistas formados pela chamada “escola da vida ou das redações”.
Dizer que os cozinheiros com diploma de nível superior não vão invalidar os conhecimentos e dotes culinários de quem já está aí há séculos no mercado, isto é um fato. Porém, devemos lembrar que, dadas as facilidades, agora, para ter acesso às redações, é possível que o jornalismo retroceda para funcionar única e exclusivamente para os interesses – nem sempre voltados para o bem comum – de certos grupos, agora, de forma mais descarada, dado que isso já acontece e é um dos principais focos de cerceamento à liberdade de imprensa.
Preciso ser mais específico?
Eu explico: o jornalista é um funcionário. Ele faz suas matérias, mas estas são avaliadas pela direção das empresas. Não pode, ele – ainda que falando a verdade e unicamente a verdade, - se reportar acerca de problemas envolvendo empresas comerciais, afinal, são estas que financiam a vida das publicações e da mídia eletrônica. Não pode, ele, falar a verdade nua e crua contrariando um determinado grupo político ao qual a publicação ou mídia eletrônica esteja atrelada. Por exemplo: hoje todos os jornais estão batendo na governadora do Estado. Por que motivos serão? Hoje, a moda é falar mal do prefeito de Belém? Por que será?
Aos jornalistas empregados – com o sem diploma – cabe noticiar apenas o que as empresas determinam e não necessariamente o que está acontecendo. Isto é um fato que não está nas discussões da suprema corte e nem nas grandes cozinhas onde estão os melhores e mais famosos chefes.
Quantas asneiras, meu Deus!
A liberdade de imprensa existe quando não mexe com peixe grande contrariando os interesses comerciais das empresas jornalísticas. O resto, lógico, é balela.
Lembro de um saudoso jornalista que falava, quando se tratava de político:
- Em político a gente bate ou abana. Se não tiver rabo de palha pra gente bater, a gente arruma.
É isso aí!
O ministro presidente do Supremo Tribunal Federal fez uma comparação estapafúrdia entre os jornalistas e os cozinheiros. Nada contra a profissão de quem se preparou para fazer comidas gostosas pra gente saborear. Entretanto, vejo com preocupação o fato de que tenha caído a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, posto que o mercado – cada vez mais competitivo e necessitando de qualificação, - agora se vê, juntamente com a Corte, na contramão do modernismo.
A formação acadêmica reforça o intelecto do profissional para o discernimento do exercício de uma profissão com ética, com sabedoria, com decência, mas os ministros do STF alegaram que essa exigência seria inconstitucional, porque estaria cerceando a liberdade de expressão de todos os cidadãos que podem escrever no jornal.
Ora, essa exigência [do diploma de jornalista] não estava perturbando os profissionais que já tinham direitos adquiridos, mas norteava para a regularidade não apenas do curso de Comunicação Social, como também, para que profissionais com nível acadêmico fossem substituindo os antigos jornalistas formados pela chamada “escola da vida ou das redações”.
Dizer que os cozinheiros com diploma de nível superior não vão invalidar os conhecimentos e dotes culinários de quem já está aí há séculos no mercado, isto é um fato. Porém, devemos lembrar que, dadas as facilidades, agora, para ter acesso às redações, é possível que o jornalismo retroceda para funcionar única e exclusivamente para os interesses – nem sempre voltados para o bem comum – de certos grupos, agora, de forma mais descarada, dado que isso já acontece e é um dos principais focos de cerceamento à liberdade de imprensa.
Preciso ser mais específico?
Eu explico: o jornalista é um funcionário. Ele faz suas matérias, mas estas são avaliadas pela direção das empresas. Não pode, ele – ainda que falando a verdade e unicamente a verdade, - se reportar acerca de problemas envolvendo empresas comerciais, afinal, são estas que financiam a vida das publicações e da mídia eletrônica. Não pode, ele, falar a verdade nua e crua contrariando um determinado grupo político ao qual a publicação ou mídia eletrônica esteja atrelada. Por exemplo: hoje todos os jornais estão batendo na governadora do Estado. Por que motivos serão? Hoje, a moda é falar mal do prefeito de Belém? Por que será?
Aos jornalistas empregados – com o sem diploma – cabe noticiar apenas o que as empresas determinam e não necessariamente o que está acontecendo. Isto é um fato que não está nas discussões da suprema corte e nem nas grandes cozinhas onde estão os melhores e mais famosos chefes.
Quantas asneiras, meu Deus!
A liberdade de imprensa existe quando não mexe com peixe grande contrariando os interesses comerciais das empresas jornalísticas. O resto, lógico, é balela.
Lembro de um saudoso jornalista que falava, quando se tratava de político:
- Em político a gente bate ou abana. Se não tiver rabo de palha pra gente bater, a gente arruma.
É isso aí!