Roberto Barbosa
Jornalista
A propósito dos preparativos para começo das obras de implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, devemos nos lembrar que esta obra, de grande interesse para o desenvolvimento da região, precisa, de fato, ser estudada calmamente para apurar todas as dúvidas levantadas pelos órgãos de defesa do meio ambiente com apoio do Ministério Público Federal através de seu procurador Felício Pontes. Estamos presenciando os dramas por que passam nossos irmãos brasileiros moradores nos municípios situados na região serrana do Rio de Janeiro. Sabemos que eles estão pagando por verdadeiros atentados praticados contra a natureza em função de um desenvolvimento falso e que já gerou quase mil mortos em pouco mais de uma semana.
Os alertas dados para a questão do meio ambiente não são brincadeira, e todos os novos projetos, sobretudo os megalônicos como da UHE de Belo Monte, se, de um lado, nos causam grandes esperanças por desenvolvimento para esta região há tanto tempo abandonada, esquecida pelo poder público do Estado e até de Brasília, de outro, nos causa espanto ante tantas indagações, sinais de alerta para os problemas que poderão vir na sequência contra nossa própria e sofrida população. Precisamos estar atentos para ver quais os verdadeiros benefícios, mas, também, qual o custo benefício, qual a nossa compensação de verdade, já que tendo uma das maiores hidrelétricas do mundo, a de Tucuruí, nosso Pará ainda não está totalmente energizado, com luz elétrica simples para todas as pessoas em todos os pontos. No entanto, restaram grandes e graves problemas ambientais para a região e que prejudicam seriamente a população atingida pelas barragens. Não será diferente nas margens do Rio Xingu e precisamos estar atentos, prevenindo para não remediar, se é possível realmente remediar o que já foi destruído.