MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS NO CÍRIO DE
SANTO ANTONIO
Foto: Juraci do Vale - (Círio 2010) |
Durante o processo de mudanças que vem ocorrendo desde o
primeiro Círio em 1946 e o atual, percebe-se que as permanências de alguns
elementos que compõe o Círio são importantes para que essa extraordinária
manifestação da religiosidade popular não seja totalmente transformada pela
tecnologia que inova a cada ano, pois é necessário manter a tradição como: a
berlinda, a balsa, as barquinhas, os barcos e outros elementos do Círio.
As principais mudanças ocorridas nas festividades de
Santo Antônio foram: O alto-mor tinha as imagens de São Sebastião, São Benedito
e Santo Antônio, depois da retirada do altar, elas foram para as laterais da
Igreja, houve uma redução de imagens dentro da mesma. O Andor que conduzia o Santo
Antônio na procissão foi substituído em 1981 pela Berlinda. Nos primeiros anos
das festividades as missas eram rezadas em latim, o padre rezava a missa de
costas para os fiéis e no dia da festa tinha a missa das oito horas da manhã e dezoito
horas, a noite não havia celebração.
Com as mudanças hoje temos a missa dos visitantes, às
seis da manhã, a missa das oito e a noite durante as festividades acompanhada
das procissões com participação das escolas instituições publicas e
particulares e o povo em geral. No dia
do Círio e da festa è realizada a missa campal. As flores que enfeitavam o Andor
eram confeccionadas artesanalmente em cetim por Dona Alzemira Ribeiro da Silva,
atualmente é comprada em Belém e Santarém. As barquinhas no início eram Cuias e
tochas que iluminavam e marcavam o percurso do Círio passaram a ser de madeira,
hoje são confeccionadas com papel de seda, velas e aninga permanecem no Círio
transformando ás águas do rio Trombetas num espetáculo de luzes e cores.
O Círio Fluvial Noturno de Santo Antonio ao longo dos
anos sofreu várias transformações como: as canoas que foram substituídas por
barcos e a partir de 1982 por balsa, cujos idealizadores foram Ary Pereira da
Silva, Leonel Viana e Cláudio Canto (in memore). A partir de 2003 a balsa passou a ser
ornamentada por artistas de Parintins sob a Coordenação de Ary Carlos da Silva
Sobrinho e Luiz Carlos da Silva, esse sob a coordenação de Jânio Sena. Essas mudanças foram adquiridas com avanço
tecnológico tiveram que se enquadrar a novos costumes. Entretanto, com essas
modificações, o Círio não deixou de ser à noite, tornando-se uma tradição do
povo católico, e o primeiro Círio que saiu da casa da família da Senhora
Raimunda Barros, agora sai de uma comunidade da zona rural. As transladações
que eram de costume ser a noite a partir de 2007 passou a ser pela manhã. As
procissões que eram acompanhadas pelo serviço de alto-falante “A Voz de Santo
Antonio”, depois por música de sopro e atualmente foi substituído pela Banda da
Escola Municipal de Música a partir de 2001. A alvorada festiva que no início cantavam
os hinos de Santo Antonio acompanhado pela música de sopro, atualmente está
mais mecanizada, com fogos, carros, motos fazendo uma carreata ao amanhecer sob
a coordenação dos “Amigos da Alvorada de Santo Antônio”
Nas primeiras festividades a organização da festa era
composta por pessoas da sociedade que estavam envolvidas na mesma: Eram homens
e mulheres chamadas de juízes e juízas beneméritos a qual ganhavam um destaque
maior, a partir de 1967 era formada por Presidente de Honra, Diretoria da Festa
e Auxiliares Distritais, atualmente é organizada através de Coordenação
composta pelos padres, Coordenadores Pastorais e movimentos das comunidades.
Observa-se que mudaram de nome as equipes da organização do Círio, porém, é
necessária essa organização nas festividades. A cada ano são acrescentados
elementos para enaltecer o Círio de nosso padroeiro a partir de 2010 criou-se o
Pré-Cirio: Noite dos visitantes no sábado que antecede o Círio são realizadas
apresentações culturais (danças, teatro, musicas etc..) no Cliper de Santo Antônio
sob a coordenação da Secretaria de cultura e Diretoria de Turismo.
O Círio Fluvial Noturno de Santo Antonio é o evento
religioso que mais chama atenção no município, tanto pela fé e devoção, como
também, pela grandiosidade e estrutura que o mesmo alcançou ao longo dos anos.
Preservar essa manifestação de fé e devoção do povo oriximinaense é fundamental
para manter essa tradição.
Bibliografia:
- Texto
extraído do Trabalho de Conclusão do Curso - Licenciatura Plena em História -
Maria de Nazaré da Silva Almeida.
- Texto
extraído do trabalho de conclusão do Curso - Bacharel em turismo – Ingred Anne
Costa da Silva.
- Programas
da Festa 1949, 1969 e 2003.