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Violência no dia a dia: a banalidade da vida

ROBERTO BARBOSA

Abro o jornal e leio no noticiário de Polícia, um dos setores que cobri por mais de vinte, nos 29 anos que tenho de jornalismo, que houve um considerável número de assassínios na capital e interior do Estado do Pará. Um dos crimes mais estranhos – a história é quase sempre a mesma, só muda o personagem, - ocorreu no Distrito Industrial, em Ananindeua, na Grande Belém, quando o peixeiro Oziel Barbosa Costa, de 26 anos, foi executado com quatro tiros de revólver por desconhecidos, no momento em que saiu à porta de sua casa para ver o movimento da rua, no final da manhã de ontem. A amante da vítima, Jandila de Nazaré Mesquita Carvalho, falou que nada viu, apenas ouviu os disparos e encontrou o companheiro caído em uma poça de sangue.
A Polícia esteve no local, fez os levantamentos de praxe, como perícia cadavérica, e mandou o corpo para exames de necropsia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Porém, ninguém sabe, ninguém viu nem ouviu coisa alguma.
Os números da violência são tão grandes, que as pessoas preferem se omitir, cada um procurando resguardar a própria vida, já que a morte, hoje, é rotina. Estão matando uns aos outros pelos motivos mais fúteis, como ocorreu também ontem de madrugada, na cidade de Unaí, interior de Minas Gerais. O adolescente Fernando Ribeiro da Costa, de 22 anos, que não usa drogas nem bebe, chegou em casa com o diabo no couro. Acendeu a luz, uma irmã sua reclamou e eles discutiram. Depois, o pai entrou na discussão e o resultado foi trágico. Fernando, armado com um canivete, matou seu pai Valdeci Ribeiro dos Santos, 49, com dezoito golpes; a mãe, Maria Conceição da Costa, 39, com doze; a irmã pivô do crime, Samara, com oito; e a menor de dez, Amanda, com sete.
Após o crime, Fernando refugiou-se na casa de sua namorada, onde foi capturado pela Polícia com a importância de R$ 1.300,00 e confessou o crime. Autuado em flagrante delito, ele irá responder a inquérito por quatro homicídios qualificados e, se condenado, poderá pegar penas de doze a 30 anos de prisão. Duvido que fique ao menos metade disso preso com essa legislação brasileira esdrúxula que nós temos.
Verdade é que a vida, hoje, não parece ser o bem mais precioso da humanidade, isto porque, pelo menos a nível de Brasil, fizemos muitas leis, porém, elas não são levadas a sério, por isso mesmo, nunca cumpridas à risca; por outro lado, temos a desagregação da família e a falta de religiosidade no coração das pessoas. O homem, hoje, parece que não precisa de Deus e confia apenas em si mesmo. Assim, dá muita liberdade aos filhos, tanta que, quando começam a falar grosso e ter forças, não querem mais ouvir conselhos e, muito menos, serem repreendidos.
Deste modo, estamos vendo que em muitos casos, a coisa está ficando cada vez mais caótica, pois o diálogo não funciona, a surra, idem, e aí, aonde vamos parar?

SALADA
° Já tem denúncias de que autoridades de trânsito estão usando o bafômetro como instrumento de extorsão, o que não é de duvidar no Brasil, onde sempre tem gente querendo levar a melhor.
° Paissandu conseguiu respirar mais aliviado, depois da excelente apresentação em Marabá, diante do Águia.
° Remo é que deu vexame, porém, poderia ser até pior.
° Candidatos à prefeitura de Belém já articulam suas campanhas. O dia de hoje será quase que totalmente dedicado a reuniões com lideranças e coordenadores das campanhas.
° Domingo foi de grande movimentação em Belém. Quem não se mandou para os balneários, aproveitou para curtir a tranqüilidade da cidade, onde ainda ficou muita gente. Shoppings-centers, Praça da República e Estação das Docas foram a pedida e houve bom faturamento.
° Começou domingo, na Paróquia de Sant’Ana da Campina, a Segunda Semana Missionária, que, desde o ano passado, serve início da festividade em homenagem à padroeira, cujo dia transcorre a 26 de julho.
° Trata-se de uma festa atípica, posto que acontece no mês de julho, quando muitos estão gozando das férias e as desfrutam nos balneários.
° Moradores da área do centro comercial de Belém dizem que a insegurança é constante. Ninguém mais pode abusar de se expor nem nas portas de suas casas, que pode ser atacado a qualquer hora do dia ou da noite.
° Dizem que essa história de que existem bairros mais violentos é conversa fiada, afinal, residem no centro da capital paraense e vivem sobressaltados tal qual quem mora no Guamá, Terra Firme, Benguí ou Barreiro.

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