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A Polícia agiu com retidão

Última aparição em vida de Eloá Pimentel, mantida refém por mais de cem horas pelo namorado enfurecido. Foto: José Cordeiro/Agência O Globo

ROBERTO BARBOSA
A respeito da tragédia que ocorreu na cidade de Santo André, no ABC Paulista, que resultou na morte da menina de 15 anos Eloá Cristina Pimentel, creio que, na ânsia de quere fazer o melhor, repórteres de televisão acabaram se excedendo, dando margens a que o criminoso, Lindemberg Alves, 22, viesse a sentir-se mais pressionado ainda. Ele estava acompanhando, pela televisão, tudo o que estava sendo feito do lado de fora, cada detalhe, cada movimento da Polícia.
Claro, isso não justifica a tremenda asneira do marginal, que tirou a vida da pessoa que dizia amar e queria ser correspondido a qualquer custo, assim como tentou matar a amiga dela, um policial e várias outras pessoas quando fez disparos na direção da multidão. Coisa de desequilibrado? Não sei, mas, a Justiça, a sociedade, não pode ser condescendente com um bandido que age da forma como ele agiu.
Ainda ontem à noite, na Basílica Santuário de Nazaré, o sacerdote que celebrou a missa das 18h, reportando-se ao fato, disse que amar uma pessoa é digno de louvor, de alegria. Quem ama, deve agradecer a Deus por ter a capacidade de amar uma pessoa. No entanto, quem ama não pode, de forma alguma, exigir que a pessoa amada lhe corresponda, porque isso já não é mais normal.
A forma como Lindemberg agiu saiu totalmente dos padrões da normalidade. E, pior, ele envolveu não foi apenas as vítimas, mas toda a sociedade brasileira que acompanhou todos os movimentos até o momento da morte cerebral de Eloá, cujos órgãos, por absoluto amor à vida e senso de solidariedade, foram doados, pela família, para salvar outras vidas.
A POLÍCIA
Essa história de se saber se foi ouvido ou não um disparo que resultou na invasão do apartamento não conta mais neste momento. O que conta é que a Polícia precisava agir, e rápido, e o fez no momento que achou mais oportuno.
Se a Polícia houvesse disparado contra a cabeça do marginal quando teve oportunidade de fazê-lo, todo mundo condenaria o governo paulista, as autoridades policiais; os direitos humanos entrariam em ação e iriam discutir hipóteses. Como a Polícia não agiu assim e o bandido matou a menina, tentou matar a amiga dela, agora, são os policiais os responsáveis?
Francamente. Acho que, em alguns casos, meus colegas e certas autoridades agem com hipocrisia.
Sempre atuei na área da reportagem policial. Já me vi em várias situações de risco e acompanho o trabalho dos policiais.
Naquele momento, não havia mais nada a se esperar. Todos estavam cansados da situação drástica. Infelizmente, não deu certo, mas o aparato de segurança agiu conforme a situação de risco. Havia todos os riscos. A operação terminou com uma morte, mas também, com a prisão em flagrante do causador de toda a dor e sofrimento que se viveu naquela fatídica semana.

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