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A mídia vista como propulsor de violência

ROBERTO BARBOSA

Na semana passada, exatamente na quinta-feira, a Agência Pará, ligada ao Governo do Estado, publicou matéria em seu site informando que o Estado, a República de Emaús e a Sociedade Paraense de Direitos Humanos, ajuizaram Ação Cível Pública contra três dos quatro jornais diários que circulam no Pará, com sede em Belém, matéria esta que publico abaixo, na íntegra e que, em seguida, farei meu comentário:


“Ação Civil Pública contra jornais
Da Redação
Agência Pará
O Estado do Pará, o Movimento República de Emaus e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) ajuizaram Ação Civil Pública contra os jornais Diário do Pará, O Liberal e Amazônia Jornal nesta quarta-feira (12).
A ação pede que os jornais cessem imediatamente a publicação, nas notícias policiais, de imagens de cadáveres, pessoas desfiguradas, principalmente de vítimas de acidentes de trânsito, esfaqueamento, mortas por linchamento em vias públicas, que realizam verdadeira espetaculização da violência em desrespeito à dignidadde humana e consideradas sem nenhum valor jornalístico.
Na ação, também há o pedido de obrigar as rés a divulgarem, nos jornais por elas publicados, textos e informações educativas sobre direitos humanos e cidadania e indenização por danos morais coletivos, em virtude da exploração das imagens de seres humanos vítimas de morte violenta e retratados em situações violentas, desumanas e degradantes.
Os autores da Ação Civil Pública alegam que a veiculação destas imagens ferem os direitos constitucionais da pessoa humana e os valores éticos e sociais da família, banalizando o ser humano a ponto de tratá-lo como mero instrumento de espetáculo da mídia, visando o aumento de vendagens de jornais.
Os autos da ação já estão conclusos com o juiz Marco Antônio Castelo Branco, da 2ª Vara da Fazenda da Capital, para o pedido de apreciação da liminar.”

FACA DE DOIS GUMOS
O que diz a escola de jornalismo? Que devemos contar os fatos como se passaram, ouvindo todos os lados da história e depois de o jornalista ter certeza total de que fez tudo o que lhe era possível para chegar à verdade ou o mais próximo da verdade. No meu ver, isto inclui a exibição de imagens.
Fiz reportagem policial por cerca de vinte anos. E quando mostro para o público leitor os fatos, também estou ajudando cada um a procurar se resguardar contra o crime. Busco, ainda, formar opinião e fazer os cidadãos a acreditarem na Justiça. Portanto, se sabem de algo que leve à elucidação de um fato criminoso, que sejam encorajados pelo jornalista a denunciá-los a fim de que a impunidade não prevaleça, desmoralizando o poder do Estado, da Justiça e da sociedade.
Poxa, lutamos tanto contra a censura! Ações como esta – que me perdoe seus autores, - parecem querer forçar a Justiça a exercer o poder de censura sobre a liberdade de imprensa, a liberdade de se mostrar os fatos conforme realmente aconteceram.
Não estou falando aqui a defender os donos de jornais. Não! Estou defendendo o direito do jornalista de mostrar os fatos e, deste modo, de forma cidadã, procurar fazer com que providências sejam ultimadas no sentido de que a violência e o crime tenham um declínio.
Ao não exibirmos tais fatos providos de imagens, estamos compactuando com um sistema de segurança pública falido – e não falo isto apenas a nível de Pará, já que o Brasil todo está cercado por violência, daí a insegurança principalmente no eixo Rio-São Paulo.
Com certeza, deixando-se de mostrar tais fatos, estaremos prestando um desserviço para a sociedade, pois somente o Estado estará preservado, já que não terá mais contra si a exibição das violências, das barbáries que acontecem a todo instante, como também, não iremos cessar a carnificina no trânsito, ou oriunda da revolta da população cansada da omissão do Estado e que acaba por agir fazendo justiça com as próprias mãos; não cessaremos as mortes por assaltos, assassinatos comuns observados a toda hora em qualquer parte, independente da classe social dos envolvidos.
Peço que o excelentíssimo senhor juiz Marco Antonio Castelo Branco examine com muita atenção este instrumento que está em suas mãos, e julgue com consciência e não apenas facultado sob uma lei que sabemos não ser clara e ter sido feita para livrar homens públicos patifes da cadeia, como a própria história do Brasil vem narrando desde que esta terra se transformou em nação independente.

SALADA
° Encerraram-se as festas relativas ao 21° Círio de Nossa Senhora das Graças, em Marudá, ontem.
° Uma festividade simples, mas que contou com a colaboração de toda a comunidade e a participação mássica das crianças, que muito abrilhantaram o evento em sua última noitada.
° Falar em Marudá, aquele lugar é bonito, típico de uma vila de pescadores e que poderia ser melhor explorado pela indústria turística do Estado.
° No entanto, a vila está totalmente abandonada pelo poder público do Estado e do município de Marapanim, fato este que estarei mostrando nos próximos dias em reportagem que realizei em Marudá no dia de ontem, quando visitava a bucólica, um dos pontos mais belos de nosso Estado do Pará.
° Por sinal, que assisti a um show na orla de Marudá realizado por vários grupos de carimbos de Marapanim e cujas músicas fizeram com que jovens e adultos se balançassem bastante. Isto mostra que, se provocado, o jovem passa a gostar do que é bom.
° Afinal, carimbo é legítimo do Pará, com letras fáceis, que destacam a cultura do povo paraoara, bem diferente de um bando de porcarias que andam sendo executadas pelas nossas rádios mais populares, e que não vale nem à pena comentar.
° As reuniões políticas, os conchavos para acordos que não interessam ao eleitor, já estão acontecendo em ritmo acelerado, visando as eleições de 2010.
° Em Brasília, o PMDB quer porque quer fazer o presidente do Senado, vaga esta que é pleiteada pelo PT de Lulinha Paz e Amor.

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ORIXIMINÁ - A princesa do Trombetas

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